"Ergueram torres e templos,catedrais e cidades.
Relutantes,tornaram a fitar o espéctro da morte face a face
Ergueram cemitérios e declinaram suas angústias
na criação das artes fúnebres...
Silente recanto
que ausências assombram
A luz pálida e fria
vela o ente presente.
Esquecimento,último destino
a triunfar sobre as vaidades temporais
O único que sobre todos os deuses
lançará a semente do sono eterno
Palavras jamais descreverão teu esplendor,
Diante teus corredores
são apenas pó e ilusão
as convicções da humanidade
Somos apenas um momento no tempo
Herdeiros do teu germe deletério
És o julgamento perfeito
a libertação do sofrimento
Segundos,horas,dias,anos,décadas,séculos,milênios...
Tudo sempre a escoar
como um fluxo sempre corrente
rumo ao Esquecimento...
E no meio deste turbilhão
Nossos sentimentos
nossos corações...
Esmagados e a procura
de uma libertação...
Os mais sublimes sonhos
jazem no profundo e escuro oceano
e aguardam o momento do despertar
para sacrificarem-se no inferno dos Homens
Que ficassem lá estes sonhos
repousando em eterno esquecimento...
mas nós os trazemos a superfície
e depois da tempestade nos agarramos aos seus destroços...
Para depois seguirmos adiante
Mais despertos,lúcidos
...ainda sonhando.
Resta-nos aprender a sonhar
Até que o grande sonho do esquecimento
venha triunfar sobre nós...
Mais tarde,mais profundamente...quando passos já não podem ser ouvidos e o lamento dos seres errantes não são mais que meros ecos diluidos no silêncio,linguagem inefável que se perde além das ruas imersas em sombra e um tênue nevoeiro...
Que palavras substituiriam a dor da ausência e a melancolia da saudade ?"
Pelo Poeta Roni Peterson
(Retirado do blog Exílio de Carne - http://desilusaocronica.blogspot.com)